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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Glossário Fadista

Se o fado foi, durante as décadas de trinta, quarenta e cinquenta, a verdadeira canção popular de Lisboa, muitas das tradições e locais que o ajudaram a perpetuar desapareceram e estão hoje perdidos no tempo. Razão mais que suficiente para recordar algumas delas, neste pequeno glossário que pretende rapidamente defini-las.

  • CASAS DE FADO

Não se trata, ainda, daquilo que hoje conhecemos como "casa de fado".

No século XIX a expressão tinha uma conotação negativa, dada a relação do fado com a má-vida, a marginalidade e a prostituição, e referia-se a um bordel ou casa de passe, confinadas a bairros específicos como Alfama ou Mouraria. Progressivamente, contudo, passará a designar casas de espectáculo vocacionadas especificamente para a apresentação séria de música de fado, muitas das quais propriedade de nomes célebres do género e situadas geralmente no Bairro Alto. Aproveitadas igualmente pelo regime salazarista para efeitos turísticos, as primeiras casas de fado datam de 1938 (Adega Mesquita), 1939 (Adega Machado) e 1940 (Luso), numa vocação que se irá institucionalizar progressivamente num circuito muito específico e profissional que agregará à sua volta os melhores cantores e cantoras de fado.

  • CEGADAS

Sob esta designação escondiam-se folias carnavalescas realizadas por grandes grupos de homens que corriam a cidade cantando e fazendo diabruras.

  • HORTAS

Por este nome se definiam os perímetros rurais da cidade de Lisboa, para onde aos fins-de-semana os citadinos iam retemperar os pulmões e passar alguns momentos aprazíveis com as famílias (por ex. Estrada de Benfica, Calçada de Carriche, etc.).

  • RETIROS

Se forem retiros das hortas, tratava-se de restaurantes e casas de pasto, com esplanadas e áreas de espectáculo, para onde os lisboetas se deslocavam ao fim-de-semana. Para manter a clientela, não se limitavam a servir comidas e bebidas, com os fadistas e cantadores a tornarem-se atracções especialmente concorridas. Se forem apenas retiros, significa outra designação para casa de fados, na acepção moderna da palavra.

  • VERBENAS

Espectáculos de amadores, realizados durante a tarde, muitas vezes em associações ou colectividades de bairro, que ajudavam muitas vezes à revelação de talentos.

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"O Fado é uma das músicas que os portugueses fazem bem, que realmente sabem sentir e julgar. Não precisa de ser recuperado, nem curado, nem reabilitado, nem salvo. O Fado já está salvo há muito tempo."

Miguel Esteves Cardoso



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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

MINHA MÃE EU CANTO A NOITE de Vasco de Lima Couto

Minha mãe eu canto a noite

Porque o dia me castiga

É no silêncio das coisas

Que eu encontro a voz amiga


Minha mãe eu sofro a noite

Neste amor em que me afundo

Porque as palavras da vida

Já não têm outro mundo


Minha mãe eu grito a noite

Como um barco que te afasta

E naufraga no mar alto

Ao pé da onda mais casta


Minha mãe o que fizeste

O que fez o teu amor

Naquela hora tardia

Em que me pariste em dor


Por isso sou este canto

Minha mãe, tão magoado

Que visto a noite em meu corpo

Sem destino, mas com fado


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FIZ DO FADO A MINHA SORTE de Agostinho Mendes

Fiz do Fado a minha sorte
Nele trago o meu sentido
E a razão do meu viver
Fado amigo és meu Norte
E desabafo contigo
As mágoas do meu sofrer

Se a nostalgia me invade
Dele faço a minha amarra
P'ra aliviar meu castigo
E então ouço a saudade
A carpir numa guitarra
Como que a chorar comigo

Faz-me sempre companhia
Nas horas boas e más
Vive comigo a meu lado
E assim vivo o dia a dia
Que só a morte me faz
Separar de ti meu Fado


Música de Georgino de Sousa

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terça-feira, 25 de outubro de 2011

SE TUDO MUDA de Fernando Campos de Castro


Já nada tem o sabor de antigamente

E nem a gente é tão forte como era

No Verão chove, o Inverno é seco e quente

E o Outono até parece Primavera


Nada se faz como dantes se fazia

Tudo é diferente do que era no passado

E até a flor que te dou com alegria

Sendo tão bela dura apenas um bocado


Mudam os tempos, a vontade e o fazer

Muda a vida muda a forma de criar

Se tudo muda, meu amor, eu quero ver,

Se também mudas a maneira de gostar


O que se come quase sempre faz-nos mal

Mesmo se dizem que dá força e juventude

O que bebemos e nos dizem natural

É saboroso mas dá cabo da saúde


Há tantas coisas que não têm mais sentido

No nosso mundo que anda tão destemperado

Se até o peixe vem do mar já poluído

E nem o sal nos parece tão salgado


Mudam os tempos, a vontade e o fazer

Muda a vida muda a forma de criar

Se tudo muda, meu amor, eu quero ver,

Se também mudas a maneira de gostar


Poema de Fernando Campos de Castro - Música de Lúcio J. Campos

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http://www.myspace.com/susanalopes/music/songs/se-tudo-muda-76312979

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

VEJO DA MINHA JANELA de Luís Tomar

Da minha janela eu vejo

Sobre as águas do Rio Tejo

Gaivotas esvoaçando

E também os cacilheiros

Transportando os passageiros

Que elas vão acompanhando


Vejo o Panteão e a Sé

São Vicente e até

Santa Apolónia e o Cais

Santo Estevão, Madalena

Gostava de ver a Pena

Mas está distante demais


Olhando o Cais do Sodré

Vejo mesmo ali ao pé

A Ribeira e o Mercado

E no Terreiro do Paço

O povo num embaraço

P’ra passar p’ra o outro lado


Vejo a Ponte e o Cristo Rei

Muitas coisas não citei

Desta cidade tão bela

No alto avisto o Castelo

Que panorama tão belo

Vejo da minha janela


Vejo da minha janela

Como se fosse uma tela

Pintada em tom natural

Esta Lisboa que eu canto

Lisboa que eu amo tanto

É Lisboa, é Portugal

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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

HAVEMOS DE IR A VIANA de Pedro Homem de Mello


Entre sombras misteriosas
Em rompendo ao longe estrelas
Trocaremos nossas rosas
Para depois esquecê-las

Se o meu sangue não me engana
como engana a fantasia
Havemos de ir a Viana
Ó meu amor de algum dia
Ó meu amor de algum dia
havemos de ir a Viana
Se o meu sangue não me engana
Havemos de ir a Viana

Partamos de flor ao peito
que o amor é como o vento
Quem para perde-lhe o jeito
e morre a todo o momento

Ciganos verdes ciganos
deixai-me com esta crença
Os pecados têm vinte anos
Os remorsos têm oitenta

(Poema de Pedro Homem de Mello, música de Alain Oulman)


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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Fernando Pessoa terá razão ?

Fernando Pessoa explicou em 1929, ao Notícias Ilustrado, o que segue :

"O fado ... não é alegre nem triste. É um episódio de intervalo. Formou-o a alma portuguesa quando não existia e desejava tudo sem ter força para o desejar. As almas fortes atribuem tudo ao Destino ; só os fracos confiam na vontade própria, porque ela não existe. O fado é o cansaço de alma forte, olhar de desprezo de Portugal ao Deus em que creu e que também abandonou. No fado os deuses regressam legítimos e longínquos."


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Fernando Pessoa (écrivain, critique, polémiste et poète portugais, 1988 / 1935), dans une interview accordée au journal "Notícias Ilustrado" en 1929 a expliqué le fado selon lui :

"La fado ... n'est ni joyeux ni triste. Il se joue dans l'intervalle entre les deux. Il a formé l'âme portugaise quand elle n'existait pas encore et quand elle désirait l'absolu sans disposer de la force nécessaire. Les âmes fortes attribuent tout au destin ; seuls les faibles d'esprit comptent sur leur propre volonté, qui d'ailleurs n'existe pas. Le fado est le chant de l'âme forte, un regard dédaigneux du Portugal au Dieu en qui il croyait et qui, lui aussi, l'a abandonné. Dans le fado les dieux reviennent d'une façon légitime de contrées lointaines."


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terça-feira, 4 de outubro de 2011

PRECE de Pedro Homem de Mello

Talvez que eu morra na praia
Cercada em pérfido banho
Por toda a espuma da praia
Como um pastor que desmaia
No meio do seu rebanho

Talvez que eu morra entre grades
No meio duma prisão
E que o mundo além das grades
Venha a esquecer as saudades
Que roem meu coração

Talvez que eu morra dum tiro
Castigo de algum desejo
E que, à mercê desse tiro
O meu último suspiro
Seja o meu primeiro beijo

Talvez que eu morra num leito
Onde a morte é natural
As mãos em cruz sobre o peito
Das mãos de Deus tudo aceito
Mas que eu morra em Portugal

http://youtu.be/4ioSbXbiKlI


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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

CIÚME É CHAMA MALDITA de Jorge Rosa

Ciúme é chama maldita
Que se ateou na minh'alma
E que aos poucos me devora
Padece, a pobre, e não grita
Sofre mas não perde a calma
Agoniza mas não chora

Só eu e Deus, mais ninguém
Sabemos quanta tortura
O meu coração padece
Mas no meu rosto porém
Nem a mais leve amargura
Se desenha ou transparece

E ao fracasso não cedo
E juro por minha fé
Ninguém verá o meu fim
Eu sou como o arvoredo
Morrem as árvores de pé
Também morrerei assim

http://youtu.be/MlQkJG9ZTUw
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A Marcha da Mouraria, tem o seu quê de bairrista...

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Noite de Santo António em Lisboa

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