Susana Lopes
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
domingo, 1 de janeiro de 2012
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Poetas de Lisboa
É bom lembrar mais vozes, pois Lisboa
Cidade com poético fadário
Cabe toda num verso de Cesário
E alguma em ironias de Pessoa
Para cada gaivota há um do O'Neil
Para cada paixão, um do David
E há Pedro Homem de Melo que divide
Entre Alfama e Cabanas, seu perfil
E há também o Ary e muitos mais
Entre eles, o Camões e o Tolentino
Ou tomando por fado, o seu destino
Ou dando de seu riso, alguns sinais
Muito do que escreveram e se canta
Na música de fado que já tinha
O próprio som do verso vem asinha
Assim do coração para a garganta
Que bom seria tê-los a uma mesa
De café, comparando as emoções
E a descobrirem novas relações
Entre o seu fado e a língua portuguesa
Poema de Vasco de Graça Moura, música de Miguel Ramos
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
domingo, 4 de dezembro de 2011
MUSA
Como é belo o teu tangente sentir
E nas palavras do fado sentiriam
Que da alma cantas sem fingir
Susana fadista amante do Fado
Imigrante bem portuguesa
Teu sentir apaixonado
É do Fado com certeza
Mulher de voz calorosa
Do Fado distante universo
O teu destino rubra rosa
Que a poesia deu em verso
Ana Barbara de Santo António
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Canção do Mar
Além do mar cruel
E mar bramindo
Diz que eu fui roubar
A luz sem par
Do teu olhar tão lindo
Vem saber
se o mar terá razão
Vem cá ver
bailar meu coração
Se eu bailar no teu batel
não vou ao mar cruel
E nem lhe digo
aonde fui roubar
a luz sem par
do teu olhar tão lindo
Poema de J. Frederico de Brito e música de Ferrer Trindade
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
GAIVOTA de Alexandre O'Neil
Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse
Nesse céu onde o olhar
é uma ave que não voa
esmorece e cai no mar
Que perfeito coração
no meu peito bateria
Meu amor na tua mão
nessa mão onde cabia
perfeito, o meu coração
Se um português marinheiro
dos sete mares, andarilho
fosse quem sabe o primeiro
A contar-me o que inventasse
se um olhar de novo brilho
ao meu olhar se enlaçasse
Que perfeito coração
no meu peito bateria
Meu amor na tua mão
nessa mão onde cabia
perfeito, o meu coração
Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu
me dessem na despedida
O teu olhar derradeiro
esse olhar que era só teu
amor, que foste o primeiro
Que perfeito coração
morreria no meu peito
Meu amor na tua mão
nessa mão onde cabia
perfeito, o meu coração
Poema de Alexandre O'Neil - música de Alain Oulman
http://youtu.be/-fqbpwsRjGM
domingo, 6 de novembro de 2011
ESTRANHA FORMA DE VIDA
Que eu vivo nesta ansiedade
Que todos os ais são meus
Que é toda minha a saudade
Foi por vontade de Deus !
Que estranha forma de vida
Tem este meu coração
Vive de vida perdida
Quem lhe daria o condão ?
Que estranha forma de vida !
Coração independente
Coração que não comando
Vives perdido entre a gente
Teimosamente sangrando
Coração independente
Eu não te acompanho mais
Para, deixa de bater
Se não sabes onde vais
Porque teimas em correr ?
Eu não te acompanho mais !
Poema de Amália Rodrigues - Música de Alfredo Duarte
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
FADO EM MIM GUARDADO de Tó Maria Vinhas
Tem segredos de ternura
Traz carinhos, leva amor
Tem saudades à mistura
Eu canto só para ti
Este fado, minha canção
Vive aqui dentro de mim
Mora no meu coração
Quem me dera ter garganta
P'ra cantá-lo a qualquer hora
Vou prendê-lo à minha voz
Para que nunca vá embora
Não acaba a melodia
Quando o refrão terminar
Porque aqui neste meu peito
Este Fado eu vou guardar
Canto apenas por amor
É por ti que hoje eu canto
Pois és tu que sinto em mim
Quando a minha voz levanto
Não há outro Fado assim
Porque amor só temos um
E enquanto amor houver
Eu não quero mais nenhum
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Glossário Fadista
Se o fado foi, durante as décadas de trinta, quarenta e cinquenta, a verdadeira canção popular de Lisboa, muitas das tradições e locais que o ajudaram a perpetuar desapareceram e estão hoje perdidos no tempo. Razão mais que suficiente para recordar algumas delas, neste pequeno glossário que pretende rapidamente defini-las.
- CASAS DE FADO
Não se trata, ainda, daquilo que hoje conhecemos como "casa de fado".
No século XIX a expressão tinha uma conotação negativa, dada a relação do fado com a má-vida, a marginalidade e a prostituição, e referia-se a um bordel ou casa de passe, confinadas a bairros específicos como Alfama ou Mouraria. Progressivamente, contudo, passará a designar casas de espectáculo vocacionadas especificamente para a apresentação séria de música de fado, muitas das quais propriedade de nomes célebres do género e situadas geralmente no Bairro Alto. Aproveitadas igualmente pelo regime salazarista para efeitos turísticos, as primeiras casas de fado datam de 1938 (Adega Mesquita), 1939 (Adega Machado) e 1940 (Luso), numa vocação que se irá institucionalizar progressivamente num circuito muito específico e profissional que agregará à sua volta os melhores cantores e cantoras de fado.
- CEGADAS
Sob esta designação escondiam-se folias carnavalescas realizadas por grandes grupos de homens que corriam a cidade cantando e fazendo diabruras.
- HORTAS
Por este nome se definiam os perímetros rurais da cidade de Lisboa, para onde aos fins-de-semana os citadinos iam retemperar os pulmões e passar alguns momentos aprazíveis com as famílias (por ex. Estrada de Benfica, Calçada de Carriche, etc.).
- RETIROS
Se forem retiros das hortas, tratava-se de restaurantes e casas de pasto, com esplanadas e áreas de espectáculo, para onde os lisboetas se deslocavam ao fim-de-semana. Para manter a clientela, não se limitavam a servir comidas e bebidas, com os fadistas e cantadores a tornarem-se atracções especialmente concorridas. Se forem apenas retiros, significa outra designação para casa de fados, na acepção moderna da palavra.
- VERBENAS
Espectáculos de amadores, realizados durante a tarde, muitas vezes em associações ou colectividades de bairro, que ajudavam muitas vezes à revelação de talentos.
"O Fado é uma das músicas que os portugueses fazem bem, que realmente sabem sentir e julgar. Não precisa de ser recuperado, nem curado, nem reabilitado, nem salvo. O Fado já está salvo há muito tempo."
Miguel Esteves Cardoso
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
MINHA MÃE EU CANTO A NOITE de Vasco de Lima Couto
Minha mãe eu canto a noite
Porque o dia me castiga
É no silêncio das coisas
Que eu encontro a voz amiga
Minha mãe eu sofro a noite
Neste amor em que me afundo
Porque as palavras da vida
Já não têm outro mundo
Minha mãe eu grito a noite
Como um barco que te afasta
E naufraga no mar alto
Ao pé da onda mais casta
Minha mãe o que fizeste
O que fez o teu amor
Naquela hora tardia
Em que me pariste em dor
Por isso sou este canto
Minha mãe, tão magoado
Que visto a noite em meu corpo
Sem destino, mas com fado
FIZ DO FADO A MINHA SORTE de Agostinho Mendes
Nele trago o meu sentido
E a razão do meu viver
Fado amigo és meu Norte
E desabafo contigo
As mágoas do meu sofrer
Se a nostalgia me invade
Dele faço a minha amarra
P'ra aliviar meu castigo
E então ouço a saudade
A carpir numa guitarra
Como que a chorar comigo
Faz-me sempre companhia
Nas horas boas e más
Vive comigo a meu lado
E assim vivo o dia a dia
Que só a morte me faz
Separar de ti meu Fado
Música de Georgino de Sousa
terça-feira, 25 de outubro de 2011
SE TUDO MUDA de Fernando Campos de Castro
Já nada tem o sabor de antigamente
E nem a gente é tão forte como era
No Verão chove, o Inverno é seco e quente
E o Outono até parece Primavera
Nada se faz como dantes se fazia
Tudo é diferente do que era no passado
E até a flor que te dou com alegria
Sendo tão bela dura apenas um bocado
Mudam os tempos, a vontade e o fazer
Muda a vida muda a forma de criar
Se tudo muda, meu amor, eu quero ver,
Se também mudas a maneira de gostar
O que se come quase sempre faz-nos mal
Mesmo se dizem que dá força e juventude
O que bebemos e nos dizem natural
É saboroso mas dá cabo da saúde
Há tantas coisas que não têm mais sentido
No nosso mundo que anda tão destemperado
Se até o peixe vem do mar já poluído
E nem o sal nos parece tão salgado
Mudam os tempos, a vontade e o fazer
Muda a vida muda a forma de criar
Se tudo muda, meu amor, eu quero ver,
Se também mudas a maneira de gostar
Poema de Fernando Campos de Castro - Música de Lúcio J. Campos
http://www.myspace.com/susanalopes/music/songs/se-tudo-muda-76312979
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
VEJO DA MINHA JANELA de Luís Tomar
Da minha janela eu vejo
Sobre as águas do Rio Tejo
Gaivotas esvoaçando
E também os cacilheiros
Transportando os passageiros
Que elas vão acompanhando
Vejo o Panteão e a Sé
São Vicente e até
Santa Apolónia e o Cais
Santo Estevão, Madalena
Gostava de ver a Pena
Mas está distante demais
Olhando o Cais do Sodré
Vejo mesmo ali ao pé
A Ribeira e o Mercado
E no Terreiro do Paço
O povo num embaraço
P’ra passar p’ra o outro lado
Vejo a Ponte e o Cristo Rei
Muitas coisas não citei
Desta cidade tão bela
No alto avisto o Castelo
Que panorama tão belo
Vejo da minha janela
Vejo da minha janela
Como se fosse uma tela
Pintada em tom natural
Esta Lisboa que eu canto
Lisboa que eu amo tanto
É Lisboa, é Portugal
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
HAVEMOS DE IR A VIANA de Pedro Homem de Mello
Entre sombras misteriosas
Em rompendo ao longe estrelas
Trocaremos nossas rosas
Para depois esquecê-las
Se o meu sangue não me engana
como engana a fantasia
Havemos de ir a Viana
Ó meu amor de algum dia
Ó meu amor de algum dia
havemos de ir a Viana
Se o meu sangue não me engana
Havemos de ir a Viana
Partamos de flor ao peito
que o amor é como o vento
Quem para perde-lhe o jeito
e morre a todo o momento
Ciganos verdes ciganos
deixai-me com esta crença
Os pecados têm vinte anos
Os remorsos têm oitenta
(Poema de Pedro Homem de Mello, música de Alain Oulman)
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Fernando Pessoa terá razão ?
"O fado ... não é alegre nem triste. É um episódio de intervalo. Formou-o a alma portuguesa quando não existia e desejava tudo sem ter força para o desejar. As almas fortes atribuem tudo ao Destino ; só os fracos confiam na vontade própria, porque ela não existe. O fado é o cansaço de alma forte, olhar de desprezo de Portugal ao Deus em que creu e que também abandonou. No fado os deuses regressam legítimos e longínquos."
Fernando Pessoa (écrivain, critique, polémiste et poète portugais, 1988 / 1935), dans une interview accordée au journal "Notícias Ilustrado" en 1929 a expliqué le fado selon lui :
"La fado ... n'est ni joyeux ni triste. Il se joue dans l'intervalle entre les deux. Il a formé l'âme portugaise quand elle n'existait pas encore et quand elle désirait l'absolu sans disposer de la force nécessaire. Les âmes fortes attribuent tout au destin ; seuls les faibles d'esprit comptent sur leur propre volonté, qui d'ailleurs n'existe pas. Le fado est le chant de l'âme forte, un regard dédaigneux du Portugal au Dieu en qui il croyait et qui, lui aussi, l'a abandonné. Dans le fado les dieux reviennent d'une façon légitime de contrées lointaines."
terça-feira, 4 de outubro de 2011
PRECE de Pedro Homem de Mello
Cercada em pérfido banho
Por toda a espuma da praia
Como um pastor que desmaia
No meio do seu rebanho
Talvez que eu morra entre grades
No meio duma prisão
E que o mundo além das grades
Venha a esquecer as saudades
Que roem meu coração
Talvez que eu morra dum tiro
Castigo de algum desejo
E que, à mercê desse tiro
O meu último suspiro
Seja o meu primeiro beijo
Talvez que eu morra num leito
Onde a morte é natural
As mãos em cruz sobre o peito
Das mãos de Deus tudo aceito
Mas que eu morra em Portugal
http://youtu.be/4ioSbXbiKlI
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
CIÚME É CHAMA MALDITA de Jorge Rosa
Que se ateou na minh'alma
E que aos poucos me devora
Padece, a pobre, e não grita
Sofre mas não perde a calma
Agoniza mas não chora
Só eu e Deus, mais ninguém
Sabemos quanta tortura
O meu coração padece
Mas no meu rosto porém
Nem a mais leve amargura
Se desenha ou transparece
E ao fracasso não cedo
E juro por minha fé
Ninguém verá o meu fim
Eu sou como o arvoredo
Morrem as árvores de pé
Também morrerei assim
http://youtu.be/MlQkJG9ZTUw
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
FALA DA MULHER SÓZINHA de Eduardo Olímpio
acompanhada de nada
Já estou cheia de ser rua
tão corrida e tão pisada
Já estou prenha de amizades
Tão barriga de saudades
Ai eu ainda um dia irei rasgar a solidão
E nela entrelaçar o olhar duma canção
Chegar ao cume, ao cimo, ao alto
Mais longe mais além
Mas a saber que sou mulher
Na cidade sou loucura
sou begónia, sou ciúme
Eu que sonhava ser lume
caminho atrás da lonjura
Não faço parte da festa
Sou a migalha que resta
http://youtu.be/4s6Y7zkRpJI
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
LÁGRIMA de Amália Rodrigues
Cheia de penas me deito
E com mais penas
Com mais penas me levanto
No meu peito
Já me ficou no meu peito
Este jeito
O jeito de te querer tanto
Desespero
Tenho por meu desespero
Dentro de mim
Dentro de mim o castigo
Não te quero
Eu digo que não te quero
E de noite
De noite sonho contigo
Se considero
Que um dia hei-de morrer
No desespero
Que tenho de te não ver
Estendo o meu xaile
Estendo o meu xaile no chão
Estendo o meu xaile
E deixo-me adormecer
Se eu soubesse
Se eu soubesse que morrendo
Tu me havias
Tu me havias de chorar
Uma lágrima
Por uma lágrima tua
Que alegria
Me deixaria matar
http://youtu.be/8EGRZDuVLBY
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
CANSAÇO de Luís de Macedo
De olhos fixados nos meus
Alguém que passou por cá
E seguiu ao Deus dará
Deixando os olhos nos meus
Quem dorme na minha cama
E tenta sonhar meus sonhos
Alguém morreu nesta cama
E lá de longe me chama
Misturada nos meus sonhos
Tudo o que faço ou não faço
Outros fizeram assim
Daí este meu cansaço
De sentir que quanto faço
Não é feito só por mim
http://youtu.be/IcxJ4MYL0_0
sábado, 24 de setembro de 2011
FOI NA TRAVESSA DA PALHA de Joaquim Frederico de Brito
Que o meu amante, um canalha
Fez sangrar meu coração
Trazendo ao lado outra amante
Vinha a gingar, petulante
Em ar de provocação
Na Taberna do Friagem
Entre muita fadistagem
Enfrentei-os sem rancor
Porque a mulher que trazia
Com certeza não valia
Nem sombras do meu amor
P'ra ver quem tinha mais brio
Cantamos ao desafio
Eu e essa "outra" qualquer
Deixei-a a perder de vista
Mostrando ser mais fadista
Provando ser mais mulher
Foi uma cena vivida
De muitas da minha vida
Que não se esquecem depois
Só sei que de madrugada
Após a cena acabada
Voltamos p'ra casa os dois !
http://youtu.be/1Olz3fShSUw
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
"GRITO" de Amália Rodrigues
Silêncio
Do silêncio faço um grito
E o corpo todo me dói
Deixai-me chorar um pouco
De sombra a sombra
Há um céu tão recolhido
De sombra a sombra
Já lhe perdi o sentido
Ao céu
Aqui me falta a luz
Aqui me falta uma estrela
Chora-se mais
Quando se vive atrás d'ela
E eu
A quem o céu esqueceu
Sou a que o mundo perdeu
Só choro agora
Que quem morre já não chora
Solidão
Que nem mesmo essa é inteira
Há sempre uma companheira
Uma profunda amargura
Ai solidão
Quem fora escorpião
Ai solidão
E se mordera a cabeça
Adeus
Já fui p'r'além da vida
Do que já fui tenho sede
Sou sombra triste
Encostada a uma parede
Adeus
Vida que tanto duras
Vem morte que tanto tardas
Ai como dói
A solidão quase loucura
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
"HERANÇAS" de Susana Metello Lopes
Este soluço magoado
Pôs-me na garganta a noz
Dolente e bela do Fado
Meu pai deu-me a poesia
E este gosto de escutar
A doce melancolia
Duma guitarra a trinar
Também herdei a magia
De ter nascido em Lisboa
No meu peito há Mouraria
Nos meus olhos Madragoa
Trago Fado nos sentidos
Que linda Herança a minha
Que os meus dois amores queridos
Deram à sua alfacinha
Minha Herança é a mais bela
Que alguém jamais recebeu
Azul e rosa aguarela
O Fado, a Guitarra e eu !
http://youtu.be/d5Whx7z-rk0
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
"MARIA LISBOA" de David Mourão Ferreira
Tem movimentos de gata
Na canastra a caravela
No coração a fragata
Em vez de corvos, no xaile
Gaivotas vêm poisar
Quando o vento a leva ao baile
Baila no baile com o mar
É de conchas o vestido
Tem algas na cabeleira
E nas veias o latido
Do motor d'uma traineira
Vende sonho e maresia
Tempestades apregoa
Seu nome próprio : Maria
Seu apelido : Lisboa
http://youtu.be/_Tqz-GWIY1k