De tão sagrada memórias
Ambas de iguais sentimentos
Duas mulheres, duas glórias
Dois nomes, dois sofrimentos
Uma andou p'la Mouraria
E p'lo Campo de Santana
Conduzindo a nostalgia
Nos seus olhos de cigana
A outra em salões doirados
Da triste sorte irmã gémea
Trazia os dias contados
Nos seus olhos de boémia
Ambas souberam cantar
O fado que as embalava
Se uma chorava a cantar
A outra a chorar cantava
Cada qual em sua era
Dois nomes cheios de glória
Um a Maria Severa
Outro a Maria Vitória